Dia 06. Punta Areas/ Puerto Natales
Não sei se foi falta de pesquisa da minha parte para a logística para ir de uma cidade à outra, ou se as fontes consultadas não ajudaram mesmo rs.
Enfim, aqui ficam alguns avisos:
– Para chegar em Puerto Natales, o aeroporto mais perto é o de Punta Arenas. MAS, durante o verão, o de Puerto Natales funciona duas vezes por semana, leia mais aqui. E eu nem sabia que tinha aeroporto lá…
– Os ônibus das companhias rodoviárias que vão até Puerto Natales passam no aeroporto de Punta Arenas, MAS, precisa fazer reserva antes na empresa que escolher.
– Como não tinha feito reserva, pois achava que seria sussa pegar um dos bus das três empresas (Buses Fernandez, Buses Pacheco e Bus Sur) que fazem o trajeto, tive que pegar um táxi e ir até um delas. O motorista disse que os ônibus saem de 30 em 30 minutos. MAS, não é bem assim, essa foi mais uma pegadinha rs. Ele nos deixou no Bus Sur, que só tinha ônibus às 21:00 para o destino final.
– Outra pegadinha: em Punta Arenas não tem rodoviária onde ficam as lojas das empresas, cada uma tem a sua própria, em endereços distintos! Assim que reparei nisso, fui até a da Pacheco que fica um quarteirão antes da Bus Sur, MAS nesse dia não tinha mais viagem pra Puerto Natales. A da Fernandez está localizada quatro quarteirões pra frente. Lá ainda tinha passagem pro ônibus das 20:00. Ufa!
– Comprando ida e volta, tem desconto de 1.000 pesos (15.000 ida/ volta).
Atenção para a paisagem da viagem. É mara demais!
Não via a hora de entrar no ônibus e chegar no hostel! Três horas depois, finalmente em Puerto Natales. A hospedagem fica perto da rodoviária , então fui à pé mesmo. Esse dia foi “perdido”, só para fazer o trajeto para a segunda cidade base.
Dia 07. Puerto Natales
Puerto Natales tem “cara” e jeito de cidade. Não tem o ar e a arquitetura colonial/ cenográfica de Puerto Varas. E nem o seu charme.
Depois do café da manhã, fiz câmbio no La Hermandad (que estava com os mesmos valores de outros). Fechei também passeios na Comapa, agência bem recomendada (os valores não mudam muito de uma para outra).
Sobre os passeios:
Em Puerto Varas, os preços estavam ok, tipo, dá pra fazer os tours, MAS em Puerto Natales é tudo muito mais caro! Fechei só o das geleiras Balmaceda e Serrano, e, claro, Full day para o Parque Nacional Torres del Paine.
Queria muito ter feito geleira/ lago Grey, Pinguinera da Ilha Madalena, e Estreito de Magalhães.
O primeiro estava bem carinho, e os outros dois saem só de Punta Varas… Até considerei fazer bate volta ou tentar cancelar a última diária do hostel em Puerto Natales, e reservar em Punta Arenas, MAS como eu já estava cansada e os passeios são puxados (não no sentido de serem difíceis, eles são tranquilos, mas cansam… rs), achei melhor deixar o último dia free e mais relax.
Outras opções seriam visitar um local depois da fronteira Chile/ Argentina, mas os taxistas consultados disseram que a imigração argentina encrenca com esse passeio, e não libera a entrada para o outro país.
Há cidades perto de Natales para fazer bate volta, que leva uma ou duas horas para chegar, MAS tem que alugar carro, pois da rodoviária de Natales (sim, lá tem rodoviária com lojas das empresas rodoviárias!), só saem ônibus para Punta Arenas e Parque Torres del Paine… Ou seja, não há alternativa para visitar cidades próximas =(
A última tentativa seria fazer bate volta para Perito Moreno, na Argentina. Eu não fazia tanta questão, pois já tinha ido. Como a minha amiga não conhece, consideramos ir, MAS, só de saber que, além de caro, seriam 8 horas de estrada (ida/ volta) até lá, para ficar só 02:30 na geleira, desistimos…
Portanto, super sugiro não ficar só em Puerto Natales, considere uns dias também para Punta Arenas, seja para passeios e/ ou conhecer a cidade que é bem maior.
A impressão é que Puerto Natales gira em torno de Torres del Paine. E acho que é isso mesmo…
Dito isso, fui almoçar, fazer mercado (supermercados não dão sacolinha, leve uma ou compre – tem uns homens que vendem do lado de fora), e bater perna pela cidade.
A beira-lago é linda, não tem como não ser! rs
Fui pelo lado direito, pois há pontos turísticos: Monumento al Viento, Muelle Historico, e Monumento de la Mano.
No Muelle histórico, alguns artistas estavam produzindo peças em pedra e madeira.
Dia 08. Gelerias Balmaceda e Serrano
Estava mega ansiosa por esse passeio. Catamarã, água e geleiras… A pessoa fica bem animada com essa mistura! rs
A geleira Balmaceda é vista do catamarã.
Para o glacier Serrano, o catamarã atraca no Parque Nacional Bernando O’Higgins.
Tem duas trilhas: uma mais light e que dá direto no glacier visto de mais longe, e outra mais comprida (duração de 60 minutos) com um pouco mais de emoção e que permite chegar mais perto.
Depois segue-se para a Estância Perales, onde ocorre o almoço (já incluso no valor do passeio). O ideal para quem gosta de fotografar é tentar sentar numa das mesas que é atendida primeiro (o serviço é beeem lento e pessoas da minha mesa ficaram sem a sobremesa porque acabou), para ter tempo suficiente para fazer os registros. Seria ideal pernoitar no local, mas acho que esse serviço não é fornecido, pois somente quem estava fazendo o tour almoçou e caminhou pela estância.
O clima desse passeio é bem diferente do que foi feito no Lago de Todos os Santos. O frio é o que eu estava esperando que fosse igual ao da Patagônia argentina. Sobrevivi com legging e calça jeans por cima, camiseta de manga comprida + fleece que esquenta bem + casacão. As mãos estavam duras e quase congelando, mas não precisei pôr luvas, e nem gorro pra esquentar a cachola.
E retorna-se para a cidade =(
(Apesar de o passeio ter sido reservado na agência Comapa, quem o executa é a Tourismo 21 de mayo, cuja especialidade são os tours aquáticos)
Dia 09. Cueva del Milodón / Parque Torres del Paine
Enfim chegou o dia de “encarar” as tão faladas torres!
Antes de ir ao parque, há parada na Cueva del Milodón, uma caverna com registro rupestre, e onde viveu o milodón (não na mesma época em que o homem pré-histórico), espécie de preguiça gigante. Apesar de o bicho ser a atração principal, fiquei muito, mas muito mais interessada na caverna… rs
Tem uma trilha curtinha para se chegar na entrada do lugar, e lá dentro, outra.
É muito massa poder percorrer o interior da caverna. E o caminho termina na réplica do animal.
E a paisagem externa é maravilhosa!
De volta ao bus, depois de um tempinho chega-se ao parque. Quem ainda não pagou a entrada, desce e paga.
O passeio inclui várias paradas dentro do parque, dentre elas:
Lago/ Praia/ Glacier Grey
Para chegar aí, tem uma trilha que dá para fazer sem maiores esforços, e que dá no lago/ praia.
Dá pra ver uns pedaços soltos do glacier Grey.
Se você pensa que acabou, não, pega mais uma trilhazinha que cai numa faixa de pedra, no meio do lago/ praia.
Venta. Muito. Sério! Mais do que na passarela para ir à Fortaleza dos Reis Magos (Natal/ RN).
Já é difícil andar porque não é areia, e sim pedra. E com o vento, complica mais ainda.
Mesmo assim, tem que ir, é fantástico. Experiência única!
Sobre o clima, segundo o guia, esse dia fez muito calor, excepcionalmente. Estava por volta dos 25 graus, sendo que a média no verão, durante o dia, é de 18. Por estar sempre em movimento, acredito que não precisa vestir roupa muito pesada. Uma calça jeans ou legging, mais camiseta e um casaco quente são suficientes.
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Lago Pehoe – parada para almoço
A moça da agência tinha avisado que o restaurante do pit stop é caro, então, levei lanche. Ao chegar lá, sentei num dos banquinhos à beira do lago, em cima da ponte (imagem abaixo) e com essa vista de tirar o fôlego, tive um dos melhores “almoços” da minha vida.
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Salto Grande
Como diz o nome, é uma senhora queda d’água.
Tanto ela, quanto o local todo em volta, inclusive a trilha curtinha que leva até lá, são surreais. As paisagens mudam de repente.
Tem uns trechos com árvores carbonizadas, resultado de um dos incêndios que ocorreram no parque (provocados por turistas).
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Eu já tinha me conformado de que não veria as tão famosas torres. Pois nem sempre elas aparecem. MAS, a última e melhor parada ficou para o final! Como o local oficial para vê-las estava com outro grupo de passeio, o guia fez parada estratégica numa outra praia, também muito linda, e, ao fundo, tcharam! As torres!
Sensação enorme de gratidão por partir após vê-las.
Valeu, Torres del Paine. Foi uma aventura bem massa e sem igual! Obrigada pela experiência proporcionada.
Dia 09. Puerto Natales
Último dia inteiro na cidade. Como nenhuma opção de passeio rolou, fiquei pela cidade. Caminhei para o outro lado do lago, dessa vez, para a esquerda. Não estava esperando, mas ei que surge um terreno baldio com vários barcos abandonados.
Pirei, claro! Eu que gosto pouco de lugares/ objetos desgastados pelo tempo.
Fico fascinada vendo o que a passagem de tempo deixou de rastro no que quer que seja. Pensar quanto tempo o “objeto” foi utilizado, as pessoas que por lá passaram, o que pode ter ocorrido nesses espaços…
Segui adiante até chegar na beira-lago, onde tem uma pracinha. Continuei à esquerda até cair num galpão de pescadores. Mais ao lado, um cemitério com mais barcos!
Apesar de o lugar parecer meio suspeito, fiquei ali um bom tempo fotografando. Passaria o dia lá vendo os desgastes, rachaduras, partes faltantes, os restos…
Dia 10. Puerto Natales > São Paulo
Nessa última manhã, fiz como em Puerto Varas, venci o frio, a preguiça, o cansaço, e fui bater perna antes do check out.
Por ser cedo e sábado, as ruas estavam desertadas, bem cenário filme de terror e/ ou pós-apocalíptico rs.
Caminhei sem rumo, e como não poderia ser diferente, acabei indo para o beira-lago, na altura do Muelle histórico.
E de despedida, “recebi” de novo não um, mas três arco-íris.
Chile, de novo você não me desapontou. Foi lindo, foi mara, foi pho-da.
Agradeço as pessoas que conheci, e aos lugares e sensações que levarei na memória.
Serviço e mais infos:
– Todos os voos da viagem foram pela Latam. Comprei os trechos juntos, pois se houvesse algum problema com um deles, a companhia teria que resolver.
Dessa vez não tive imprevisto com voo, mas sim com bagagens. Pela primeira vez na vida, ela foi extraviada, e muita confusão por parte da empresa.
Dica: Mesmo que o atendente diga no check in no Brasil que a mala despachada irá direto para o aeroporto final, quando chegar na conexão em Santiago, verifique se ela não está na esteira, e se você não precisa despachá-la de novo. #ficaadica
Um casal que estava na fila do voo de Santiago para Puerto Montt disse que foi avisado em Guarulhos que precisaria fazer novamente o procedimento em Santiago (como assim cada atendente dá uma informação diferente, Latam?). A mala da mulher chegou em Santiago, MAS a do marido, não. A nossa esperança era que as malas tivessem ido direto para Puerto Montt, MAS, chegando lá, não estavam. Depois de informações errôneas e desencontradas, ela só chegou no dia seguinte.
– Nas duas cidades amanhece por volta das 06h00, e anoitece tarde (umas 22h00). Mesmo à noite, super sussa andar à noite em ambas.
– Apesar de ter ido no verão, as cidades ficam no extremo sul, portanto, o clima é frio. Varas está mais ao norte, mas, mesmo de dia, faz friozinho, um casaco é suficiente. À noite é bem frio. Em Natales, de dia ou de noite, é friaca e ventania na certa!
– Preferi comprar um chip pré-pago. Tinha lido no Viaje na viagem sobre a necessidade de os aparelhos estrangeiros precisarem ser homologados. Ao procurar o link para postar aqui, li que até 28 de março desse ano, não será preciso fazer. Aqui tem o passo a passo para quem for depois dessa data.
De qualquer forma, não sei se foi por causa dessa suspensão, mas quando fui comprar o chip no aeroporto de Santiago, durante a conexão, a vendedora da loja Fotokina disse que não precisava ter homologado o celular. Achei melhor garantir a compra lá, pois, não sabia se acharia fácil o chip em Puerto Varas, mas sim, tem várias lojas das operadoras. Não precisa desembolsar 200.000 pesos como eu =(
– Lugares para comer em Puerto Varas: El Retorno (San Pedro 465) – mega simples. Preço justo e comida super deliciosa (desde a pizza até o salmão. Peça o arroz com amêndoas para acompanhar), é mais frequentado por nativos do que por turistas / Daruma Tea House (San Pedro 251) – tem chás, café, e sanduíches bem bons.
– Em Puerto Natales, o lugar onde mais fui foi Raíces de Chiloé (Blanco Encalada 444). A dona é uma querida! Lá é similar ao El Retorno, MAS não tem pizza rs. O forte são os pratos com frutos do mar e caldos. BBB mara mara / Creperia Cafe & Te (Manuel Bulnes 358) – super fofo e comidinhas gostosas.
– Puerto Varas têm muitos cafés. Quase todos servem pizza (que o pessoal até come no almoço durante a semana) e hambúrguer. Puerto Natales tem bem menos cafés, e mais restaurantes.
– Hospedagem foi feita pelo Booking
Varas > hostel 5 Adobes – super indico! As donas Natália e sua mãe dona Soledad são super queridas, flexíveis e ajudaram em tudo! A localização não poderia ser melhor, bem no centro da cidade, perto de tudo.
Os únicos inconvenientes são: tem um bar/ boate quase do lado, fiquei num quarto com varanda, que dava bem pra rua onde fica o bar… E, só tem um banheiro para todos os hóspedes. Chuveiro feminino são dois, mas o banheiro é filho único…
Natales > hostel Chorrillos – o quarto era menor, mas com banheiro privativo. O problema, mas que não é tão problema assim, é que ele fica um pouco afastado do centro, leva uns 10, 15 minutos à pé para chegar na Manuel Bulnes, a avenida principal.
– Oficialmente, se você pagar a hospedagem com dólares ou cartão de crédito internacional, não é cobrado o imposto de 21%. MAS, quando perguntei nos dois hostel sobre a forma de pagamento, disseram que o pagamento sendo em moeda estrangeira ou peso chileno, dá no mesmo, o imposto não é cobrado. Então, pelo menos nesses dois, independe da moeda.
– O seguro viagem foi pela Mondial. Peguei desconto no site Matraqueando, que sempre disponibiliza e ajuda a galera.